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quarta-feira, 20 de março de 2013





As diversas formas de maus-tratos a que são submetidas crianças e adolescentes nas escolas, não é fato novo, nem desconhecido dos adultos. O cotidiano de muitos escolares tem sido marcado por um fenômeno, que se caracteriza pelo desrespeito, intolerância, indiferença, exclusão, perseguição aos considerados “diferentes”, resultando em prejuízos na aprendizagem e trazendo conseqüências para a saúde física e mental dos envolvidos.

Apesar de ser um fato antigo, poucos esforços foram despendidos, de forma sistemática, para estudar esse fenômeno. Somente no final dos anos sessenta e início dos anos setenta, houve interesse da sociedade sueca em estudar esse tipo de comportamento, que se estendeu a outros países escandinavos.

Na Noruega, durante vários anos, esse tema ganhou notoriedade nos meios de comunicação e nas discussões entre pais e professores, mas sem contar com o apoio das autoridades educacionais. Em 1.983, no norte do país um fato mudou essa realidade: três crianças, com idades entre 10 e 14 anos, se suicidaram e com toda probabilidade, em decorrência da vitimização Bullying. Essa tragédia gerou grande reação da sociedade, resultando numa campanha nacional contra os maus-tratos escolares.

O psicólogo Dan Olweus, professor da Universidade de Bergen, desenvolveu uma pesquisa nacional, diagnosticando o fenômeno Bullying e estabelecendo critérios para diferenciá-lo das “brincadeiras próprias da idade”.

No final dos anos oitenta e início dos anos noventa, o fenômeno atraiu a atenção pública e mobilizou estudos em outros países, como Japão, Inglaterra, Países Baixos, Espanha, Portugal, Canadá, Estados Unidos e Austrália.

No Brasil, como reflexo dos estudos europeus, no ano de 2.000, na região de São José do Rio Preto, a educadora Cléo Fante, inicia um trabalho de conscientização de pais e professores sobre essa fenomenologia, despertando a atenção dos meios de comunicação. De forma pioneira, desenvolveu uma pesquisa com dois mil alunos, encontrando 49% de envolvimento. Desses, 22% atuavam como vítimas, 15% como agressores e 12% como vítimas-agressoras.

Assim como na Noruega, a atenção dos brasileiros foi despertada para essa realidade, em decorrência das tragédias ocorridas em Taiuva e Remanso, bem como do trabalho de conscientização realizado pela educadora, nas mais diversas regiões do país, ecoando nos meios de comunicação e ganhando notoriedade nos dias atuais.

Movida pela necessidade de combater a proliferação desse fenômeno, a professora Cléo Fante desenvolveu um programa antibullying eficaz, denominado “Educar para a Paz”. Atualmente esse programa tem sido aplicado com grande êxito, em diversas escolas brasileiras, beneficiando o processo sócioeducacional e a relação ensino e aprendizagem.

Há dez anos dedica-se ao tema Bullying, através de estudos e pesquisas, ministrando palestras, capacitações e orientações, empreendendo esforços para conscientizar de que é possível prevenir o fenômeno em nossas escolas e mudar esta realidade. Defensora dos direitos da criança e do adolescente à educação de qualidade e em segurança trabalha incessantemente divulgando a cultura de paz.

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